Encontro com os educadores do projeto EcoAtivos, do programa Criança e Consumo, envolveu 95 participantes em novas possibilidades de ação escolar
A realização do projeto EcoAtivos, dentro do programa Criança e Consumo do Instituto Alana, está garantida nas escolas do Estado do Pará por meio do Termo de Cooperação entre o programa e a Secretaria Estadual de Educação. Esta parceria possibilita as formações presenciais e on-line dos professores e coordenadores na Educação para a Sustentabilidade, aprofundando aspectos do consumo, meio ambiente e mudanças climáticas nas escolas.
O ato de assinatura no dia 5 de fevereiro contou com a presença da Secretária de Educação professora Ana Claudia Serruya Hage, a equipe da Diretoria de Educação Infantil e Ensino Fundamental, representada por Alda Luísa Tavares da Trindade, Altair da Costa dos Santos e Emilly Silva, a coordenadora do programa Criança e Consumo Ekaterine Karageorgiadis, e a equipe do EcoAtivos, composta por Mônica Pilz Borba, coordenadora geral e pedagógica e Leila Vendrametto, educadora ambiental.
Já na primeira formação presencial com 8h de duração, que aconteceu nos dias 6 e 7 de fevereiro, estiveram presentes 95 educadores, entre 28 coordenadores pedagógicos e 67 professores de 28 escolas de Belém (PA). A iniciativa do Instituto Alana, que visa fortalecer a Educação para a Sustentabilidade com práticas saudáveis nas escolas.
No auditório da Escola Estadual Anísio Teixeira, os participantes mostraram-se abertos e interessados nos temas apresentados, envolvendo-se com esta etapa presencial de sua formação, a qual contou também com um manual de formação para a etapa on-line e a doação de quatro livros do Instituto Alana por escola: Criança e Consumo 10 anos, O Ser e o Agir Transformador, A última criança na Natureza e o Território do Brincar, para divulgação destas publicações aos demais professores das escolas. Cada participante também recebeu uma pasta com materiais de apoio, que irão contribuir na construção de projetos de educação para a sustentabilidade nas escolas.
A abertura das atividades contou com a equipe da Diretoria de Educação Infantil e Ensino Fundamental, Alda Luísa Tavares da Trindade, Altair da Costa dos Santos e Elaine Cistina Leão da Cunha e a equipe do EcoAtivos, Monica Pilz Borba, Leila Vendrametto e Ekaterine Karageorgiadis. Além disso, os técnicos em educação ambiental da Secretaria de Meio Ambiente de Belém, Paulo Roberto Silva e José Carlos Gadelha Pinheiro, fizeram questão de participar integralmente da formação, contribuindo com informações sobre o meio ambiente local.
Os educadores descobriram então como funciona o Programa Criança e Consumo, apresentado por sua coordenadora Ekaterine Karageorgiadis, cujos eixos jurídico, de relações governamentais, pesquisa, mobilização, comunicação e educação, do qual faz parte o EcoAtivos, são meios de fortalecer o respeito à infância em nossa sociedade. O Instituto Alana conta ainda com outros programas como o Prioridade Absoluta, o Criativos da Escola, o Escolas Transformadoras, o Criança a Natureza, o Território do Brincar, a plataforma VideoCamp e a produtora Maria Farinha.
Foi possível compreender ainda o contexto da educação ambiental na atualidade e seus desafios, quando Mônica Pilz Borba reforçou que a Política Nacional de Educação Ambiental necessita mais do que nunca fazer parte dos PPPs – Projeto Político Pedagógico das escolas, envolvendo a comunidade e potencializando a escuta e o protagonismo infantil.
A educadora ambiental Leila Vendrametto estimulou os participantes a questionarem seu comportamento e conhecimento básico sobre questões diretamente ligadas à sustentabilidade por meio da dinâmica da ‘’Flor da Cultura da Sustentabilidade’’. “Eles puderam se aproximar de suas respostas de forma positiva e aos serem perguntados como agiam e compreendiam estas informações, todos puderam conversar sobre práticas de sustentabilidade, aproximando este tema do dia a dia”, conta Leila.
Reflexão sobre consumo e projetos criativos
Após assistirem o documentário “Criança a Alma do Negócio”, abriu-se uma roda de conversa conduzida por Ekaterine, em que se aprofundaram os problemas abordados no documentário. Percebeu-se, por exemplo, que o consumismo é vivenciado pelos docentes e pelas mães nas relações com seus filhos, os quais se sentem muito pressionados para adquirir tantos brinquedos, eletrônicos e outros produtos. Uma rica discussão, pois esta pressão não é somente responsabilidade dos professores, conforme existe uma força do mercado muito forte por de trás de tudo, que precisa ser compreendida para ser combatida.
A importância de se aprofundar este tema na formação on-line ficou claro, para se aprimorar o conhecimento e a prática educativa sobre consumo, meio ambiente e mudanças climáticas no currículo escolar.
No curso on-line, que será auto instrucional, haverá orientação para a utilização da metodologia de planejamento da ‘’Flor da Cultura de Sustentabilidade’’ e como elaborar projetos, debate de valores da sustentabilidade ligados a Cuidado com as pessoas – Interação Humana e Segurança Alimentar, Cuidado com a Terra – Água e Espécies e Ecossistemas, Repartir os excedentes – Energia e Tecnologia e Economia Local e Consumismo. E o Módulo de Gestão democrática, que deverá auxiliar os coordenadores pedagógicos a exercitarem a democracia dentro das relações entre todos na escola.
Diversos materiais chegaram às mãos das duas turmas em Belém: um cartaz ilustrado da Flor da Cultura de Sustentabilidade para montar com os alunos e inspirar hábitos saudáveis; um cartaz com textos da Flor da Cultura de Sustentabilidade para apoiar a reflexão e a compreensão das temáticas; um cartaz em branco da Flor da Cultura de Sustentabilidade para construir de forma participativa a flor de cada sala de aula; um calendário da Educação para a Sustentabilidade para apoiar o planejamento escolar; e um conjunto de adesivos para apoiar a implantação da separação dos resíduos nas escolas e nas residências.
Os educadores também foram orientados a como elaborar os projetos a serem realizados nas escolas, que serão registrados e encaminhados a participar do Desafio Criativos da Escola. A iniciativa do Instituto Alana encoraja crianças e jovens a transformarem suas realidades, reconhecendo-os como protagonistas de suas próprias histórias, e irá escolher os 11 projetos que mais se destacam de acordo com os critérios de protagonismo das crianças e dos jovens, empatia, criatividade e trabalho em equipe.
Para apoiar os professores na elaboração destes projetos, Mônica explicou melhor os pilares da ‘’Flor da Cultura de Sustentabilidade’’, focados no cuidar das pessoas, no cuidar da Terra e no repartir os excedentes, apresentados num formato de flor, onde cada tema representa uma pétala. Além de sensibilizar os envolvidos, a metodologia permite que eles desenhem uma nova camada de pétalas, registrando os problemas da realidade local frente a cada tema e, num outro momento, que desenhem uma nova camada de pétalas para registrar as ideias, sonhos e soluções para resolução dos problemas apontados pelos participantes.
Todos fizeram então uma oficina de construção da ‘’Flor da Cultura de Sustentabilidade’’ baseando suas contribuições dentro do contexto da realidade escolar em que vivem.
Escolheram um único tema para iniciar este diálogo interno, e depois dar continuidade na escola, sugerindo-se ainda que a flor seja desenvolvida junto às crianças, na perspectiva de promover a escuta em relação as suas percepções, sonhos, ideias e soluções. As ideias das crianças poderão ser trazidas para a flor construída pelos professores, unindo as percepções dos adultos e crianças da escola.
Segurança alimentar atrai olhar
Os grupos expuseram importantes resultados deste exercício de início da construção participativa da flor de suas escolas. A maioria escolheu o tema Segurança alimentar, revelando como as escolas ainda consomem alimentos muito processados e basicamente compostos por proteína animal, faltando alimentos complementares como cereais, verduras, temperos e frutas. A equipe da Secretaria Estadual de Educação do Pará acolheu as críticas e percebeu que ainda não existe um conselho de alimentação escolar para receber estas denúncias, mas há intenção de reportar estas informações aos responsáveis dentro da gestão da secretaria.
Outro tema escolhido foi o de Energia e Tecnologia, relacionando-se a questão dos resíduos aos relatos de muita sujeira no entorno das escolas, e o quanto os vizinhos também jogam lixo nas escolas, sendo necessário rever a relação da escola com a comunidade local.
A partir de agora, um grupo fechado no Facebook irá envolver os participantes do EcoAtivos da Secretaria Estadual de Belém, com o objetivo de estimular a participação de todos com postagens sobre suas questões, solicitações, resultados, criando-se uma rede de educação para a sustentabilidade ativa em Belém.
As 28 escolas participantes foram: CLASSE HOSPITALAR I; CLASSE HOSPITALAR II; EEEF ANTONIA PAES DA SILVA; EEEF BENTO XV; EEEF FONTE VIVA; EEEF GENERAL GURJÃO; EEEF LAR DE MARIA; EEEF MANOEL DE JESUS MORAES; EEEF MARIA LUIZA VELLA ALVES; EEEF MATEUS DO CARMO; EEEF NOSSA SENHORA DAS GRACAS; EEEF NOSSA SENHORA DE FATIMA I; EEEF PRATINHA II; EEEF PROF CELINA ANGLADA; EEEF PROF LENIRA TEIXEIRA MOURA; EEEF ROSA GATTORNO; EEEF RUTH PASSARINHO; EEEF SANTO AGOSTINHO; EEEF SAO PIO X; EEEF XV DE OUTUBRO; EEEFM ACACIO FELICIO SOBRAL; EEEFM EUNICE WEAVER; EEEFM RODRIGUES PINAGE; EEEFM TIRADENTES I; EEEFM TIRADENTES I; EEEIF BARÃO DO RIO BRANCO; EEEIF PROFA NORMA MORHY; EEEIF RUY PARANATINGA BARATA.