A iniciativa do programa Criança e Consumo, do Instituto Alana, irá potencializar projetos existentes e ampliar ações no bairro e comunidade
Teve início a segunda formação presencial do EcoAtivos em Salvador (BA), que ocorreu entre 13 e 16 de março de 2018, envolvendo 96 escolas da rede municipal de ensino, que representam 30% das escolas do município. Entre os 381 participantes, estiveram professores, coordenadores pedagógicos, supervisores das gerencias regionais e técnicos da Secretaria Municipal de Educação.
Acesse aqui o mapa das escolas participantes do EcoAtivos Salvador.
Os participantes da formação evidenciaram que a dinâmica de planejamento da Flor da Cultura da Sustentabilidade, usada na formação, potencializou a recuperação de projetos já existentes nas escolas, bem como a ampliação da importância das questões ambientais nas escolas e junto a comunidade e bairro. Calcula-se que 73.521 pessoas serão envolvidas pelas ações, se considerados os 24.514 estudantes do Fundamental I e seus familiares, como pais, mães e irmãos.
As dez atividades oferecidas, foram avaliadas como sendo de baixa relevância apenas por 1% dos presentes, que farão agora a formação on-line, a qual passa a apoiar os docentes e gestores a ampliar seu repertório de conteúdos e metodologias para intensificar ações e projetos com foco em atitudes saudáveis e sustentáveis.
A formação aconteceu no Parque São Bartolomeu e na Universidade UNOPAR, com a entrega de livros, manual da formação on-line, materiais pedagógicos, além dos momentos de contextualização da educação ambiental na atualidade e seus desafios. E é com a dinâmica da Flor da Cultura da Sustentabilidade, que se percebe o engajamento necessário para inclusão dos atores sociais nos projetos escolares.
O tema da Interação Humana despertou muito interesse e os participantes apontaram que há problemas de violência nas relações em geral, intolerância com o diferente, carência de diálogo, indisciplina, inversão de valores, desrespeito, dificuldade em cumprir regras, além da falta de estrutura familiar, tráfico de drogas, poucas áreas comuns aconchegantes, muita agitação e correria no recreio, baixa autoestima, entre outros.
Isso permitiu projetar soluções na segunda parte do exercício, entre as quais a importância de se promover mais o projeto “Gentileza gera gentileza”, tecer parcerias com Bhrama Kumaris e outras instituições que possam ajudar a escola a tecer uma cultura de paz e ampliar os espaços para brincar quando a escola for pequena, além de se organizar o recreio trazendo atividades interessantes, lúdicas e divertidas para criar um ambiente mais harmônico e tranquilo.
“Sinto-me muito gratificada de estar aqui, foi um dia muito produtivo pois a proposta do projeto nos faz pensar que estamos num ecossistema vivo, sendo afetado a todo o momento por nossas ações. O que é um bom gancho, para que este trabalho com os nossos meninos seja profundo e eles se tornem uma referência no bairro”, destacou a professora Mariângela, há 17 anos na rede municipal e atualmente diretora da escola quilombola na Maré.
“As formações presenciais em Salvador foram muito intensas, devido ao grande número de participantes ao longo dos quatro dias. Conforme a programação caminhava ao longo do dia, o envolvimento dos educadores tornava-se evidente com falas vivas, pertinentes e contestadoras frente à realidade que as escolas vivenciam na atualidade”, destacou Mônica Pilz Borba, coordenadora Pedagógica do EcoAtivos.
Para 95% dos 223 participantes que avaliaram a formação, há intenção de desenvolver um projeto de Educação Ambiental na escola, motivados pela possibilidade de conscientização dos alunos e comunidade escolar com relação à preservação ambiental, pela relevância do tema e emergência das questões ambientais ou pela preocupação com a alimentação saudável e o desenvolvimento de hábitos sustentáveis. Vale destacar que dos 10 momentos que estruturam a formação, todos foram considerados por quase 100% dos participantes como tendo sido de alta ou média relevância.