Com foco no desenvolvimento de projetos socioambientais, o EcoAtivos, do programa Criança e Consumo do Instituto Alana, valorizou o olhar para a realidade local
O município de Canoas, no Rio Grande do Sul, possui 44 escolas do ensino fundamental I e 50% delas estão envolvidas no projeto EcoAtivos, do programa Criança e Consumo, do Instituto Alana, o que equivale a 7.771 alunos do Fundamental I e 23.313 pessoas se considerados seus familiares, atingidos pelo processo de educação para a sustentabilidade. A formação presencial da comunidade escolas, entre professores, coordenadores e técnicos da Secretaria Municipal de Educação, aconteceu no dia 24 de março de 2018, e contou com bom engajamento da maioria dos participantes, que demonstraram compromisso com o projeto.
Acesse aqui o mapa das escolas participantes do EcoAtivos em Canoas (RS).
O EcoAtivos está estimulando a realização de projetos nas escolas que envolvam hábitos saudáveis e sustentáveis, e isso exige um grande engajamento por parte dos professores, gestores, alunos e comunidade, o que só ocorre por meio do processo participativo. “Isso foi demostrado com a resposta afirmativa de praticamente todos os participantes sobre compartilharem os conhecimentos que adquirirem”, contou Leila Maria Vendrametto, educadora do projeto no Instituto Alana.
Durante a atividade de planejamento da Flor da Cultura da Sustentabilidade – principal metodologia do projeto – a maioria revelou que já cultiva plantas em casa, enquanto a separação de resíduos ainda não recebe a mesma atenção pois “a coleta ainda não está acontecendo na cidade inteira”, mas boa parte das pessoas demostrou preocupação em reduzir a produção de resíduos e rejeitos.
O exercício mostrou que os participantes já promovem ações dentro de uma cultura de sustentabilidade, porém ainda há um longo caminho para ampliar estas ações no cotidiano pessoal e profissional. Sobre o tema da Interação Humana, há relações agressivas, desrespeitosas e violentas entre os alunos, e demais integrantes da escola, além de se tornar comum gritar e falar palavrões. Também foi apontada uma baixa autoestima dos alunos, inversão de valores, desconhecimento do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, desconexão com a ancestralidade e o desconhecimento da história e cultura de Canoas.
A partir desta realidade local, os professores já pensaram em desenvolver um projeto para divulgar o ECA, envolvendo o conselho escolar, bem como os familiares, além dos alunos. Outra proposta que já vem acontecendo é o resgate da história e cultura do município, trazendo avós das crianças para contar as histórias da cidade, e assim reconectando os vínculos da comunidade com suas raízes.
A avaliação final da formação foi feita por 70 pessoas e teve 100% de respostas positivas sobre as atividades serem relevantes, sendo 80% de alta relevância. A grande maioria, 94%, diz ter a intenção de desenvolver um projeto de Educação Ambiental na escola, segundo a intenção de promover mudanças de comportamento “despertando a consciência crítica da comunidade escolar”, “tornando a sustentabilidade visível dentro e fora da escola” e “reforçando a crença de que é possível fazer”.